Casamento e Divórcio
Auxílio para Pequenas Ministrações
O CASAMENTO É UMA INSTITUIÇÃO DIVINA. Antes que existisse qualquer sociedade o casamento foi instituído pelo próprio Deus. Ele celebrou o primeiro matrimônio na terra e o abençoou. Quando Jesus esteve aqui, seu primeiro milagre foi realizado numa festa de casamento.
Definição Casamento é a fusão de um homem e uma mulher, mediante um compromisso de aliança, que os torna um diante de Deus e da sociedade, no mais profundo dos relacionamentos existentes entre os homens, com o propósito de se completarem e perpetuarem a raça, pela procriação. É uma relação de amor que os leva a deixar todas as coisas para viverem uma vida em comum, compartilhando tudo o que têm.
1. Deus criou o homem (macho e fêmea) conforme sua própria imagem, não como um indivíduo solitário, mas como duas pessoas distintas, diferentes, que se completam por meio de uma união de caráter permanente (Gn.1:26-28).
2. A identidade da família está em Deus (Ef. 3:14-14). A palavra "família" pertence a Deus e Ele a estendeu ao homem e à mulher.
3. Cristo e a Igreja são um modelo para o relacionamento entre o marido e a esposa (Ef. 5:22-33). O modelo do marido é o Noivo divino e o da mulher é a Igreja.
PRINCÍPIOS DE DEUS PARA O CASAMENTO
1. A COMUNHÃO É A BASE DO CASAMENTO (Gn. 2:18) "Não é bom que o homem esteja só" é declaração do próprio Deus. O Casamento visa unir dois cônjuges num relacionamento onde a comunhão, a comunicação, o compartilhar e o amor estão sempre presentes. Não são duas vidas independentes, mas duas vidas que se unem para terem todas as coisas em comum. Isso inclui a doação mútua de si mesmo.
2. O CASAMENTO É UM COMPLEMENTO MÚTUO E NÃO UMA COMPETIÇÃO (Gn. 2:18). Homem e mulher são diferentes, o que não significa que um é superior ao outro. Cada um tem características distintas e precisa do outro. “Far-lhe-ei uma adjutora que lhe seja idônea”, Quer dizer alguém da mesma espécie que o completa. Homem e mulher têm o seu papel a desempenhar para que esse complemento aconteça. Quando a competição entra em jogo, o relacionamento está ameaçado.
3. HOMEM E MULHER TÊM UMA MESMA ORIGEM (Gn. 2:21, 22). Deus formou o homem como uma unidade composta. Dentro dele já estava a mulher. Deus mesmo a colocou ali e a formou como um ser que lhe fosse igual e formasse com ele uma família. Alguém disse que Eva não foi retirada da cabeça de Adão, para que não mande nele; nem do pé, para não ser pisada por ele; mas do lado, para lhe ser igual, amada, protegida, e companheira. Os dois procedem de Deus, seu Criador, seu destino é Deus mesmo e os princípios pelos quais devem viver a vida em comum, para a plena felicidade, provém de Deus.
4. O DEIXAR PAI E MÃE É UM IMPERATIVO NO CASAMENTO (Gn. 2:24) Esse deixar é físico: deixar a casa dos pais. Morar com os pais é contraproducente à vida do casal. Emocional: é uma tragédia quando a pessoa casada fica presa emocionalmente aos pais. Cada um deveria satisfazer as carências afetivas do outro. Saudade exagerada da casa dos pais, comparações quanto à comida, modo de vida ou coisas semelhantes é desastroso. Muros de separação e mágoa começarão a ser construídos. Financeiro: Dependência financeira dos pais é um mal a ser evitado. Os dois partiram para a formação de uma célula familiar, na qual todos os demais relacionamentos se tornaram secundários. Isso não quer dizer que deixarão de amar, respeitar e cuidar dos seus pais, mas num relacionamento amadurecido não haverá mais dependências físicas, emocionais ou financeiras.
5. A UNIÃO É OUTRO IMPERATIVO NO CASAMENTO (Gn. 2:24) "Unir-se-á à sua mulher e serão uma só carne." A matemática divina no casamento é: um mais um, é igual a um. Deus vê o casal como uma unidade composta. Assim como existe uma unidade nas três pessoas da trindade, o plano de Deus é que essa mesma unidade se faça presente no casamento. O “unir-se” aqui envolve uma união espiritual, emocional e física. Espiritualmente, devem servir o mesmo senhor e seguir os mesmos princípios, sendo os dois filhos de Deus. Onde não existe essa identidade espiritual o relacionamento é mais difícil. Os que são solteiros devem ter muito cuidado na escolha, dependendo de Deus e jamais se envolvendo num casamento com descrentes. Os que têm o cônjuge descrente devem viver a vida cristã de modo convincente e, pela sua própria transformação, atraí-los a Jesus Cristo. Emocionalmente, deve haver um afeto mútuo e uma ligação que não admite a entrada de intrusos. É um amor exclusivo, no que tange ao relacionamento matrimonial. O cônjuge deve ser o melhor amigo. Essa amizade precisa de tempo para se desenvolver. O diálogo amigo, o tempo gasto em compartilhar, em sair juntos, em abrir o coração um ao outro, são indispensáveis à construção dessa amizade e ao aprofundamento do amor sentimento. Fisicamente, fala do relacionamento sexual, projetado exclusivamente para o casamento.
6. UMA SÓ CARNE É MAIS UM IMPERATIVO NO CASAMENTO (Gn. 2:24) o SEXO É UMA CRIAÇÃO DE Deus e é belo, santo e uma bênção, dentro do dos limites estabelecidos pelo seu Criador. “Honrado entre todos seja o matrimônio e o leito sem mácula; mas aos devassos e adúlteros, Deus os julgará (Hb. 13:4). A Bíblia fala claramente do romantismo, beleza e prazer desfrutados pelos cônjuges, através do relacionamento sexual, como parte da provisão de Deus para sua vida em comum (Pv. 5:15, 23). O livro de Cantares é um poema ao amor conjugal e retrata o relacionamento de Cristo com Sua Noiva, a Igreja. O relacionamento sexual é algo profundo e envolve compromisso de aliança e responsabilidade. Assim como há um único Deus em nossa vida, Deus criou um homem para uma mulher e sua ligação sexual é exclusiva. Todo sexo fora do casamento ou pervertido, atrai maldição e desgraça.
"Não vos priveis um ao outro" (I Co. 7:3 - 6) é uma recomendação bíblica e refere-se ao relacionamento conjugal. Os casais cristãos devem vencer o egoísmo sexual. Cada um tem a obrigação de manter o outro sexualmente satisfeito. Os direitos são iguais. Onde há inibição e falta de comunicação, há um prejuízo que se manifestará nas outras formas de relacionamento entre os dois. O sexo ocupa uma parte ínfima no casamento, mas é de grande importância. Tudo deve ser feito para um ajustamento nessa área. Se você está enfrentando problemas nessa área, recomendamos a leitura do livro ATO CONJUGAL de Tim La Haye, encontrado nas livrarias evangélicas, para ser lido pelos dois.
Para que a atividade sexual seja interrompida no casamento, três condições são necessárias: consentimento mútuo, tempo limitado e motivos espirituais.
O ato sexual não deve se degenerar em aberrações e perversões. Há os que dizem: "dentro do casamento tudo é permitido em matéria de sexo". Isso é um puro engano. A santidade e normalidade estabelecida por Deus devem ser seguidas. Um "leito sem mácula" é o que se cinge aos padrões do que é natural e santo. Em nossos dias, com a proliferação de demônios pervertidos em nossa sociedade, há muita influência perversa no casamento. Sexo oral e anal, por exemplo, são uma manifestação do espírito de sodomia e lascívia. Uma mulher santa não deve se submeter a tanto. Toda submissão está debaixo de padrões divinos. É no Senhor. Cada órgão no nosso corpo foi criado para um determinado fim. Os órgãos genitais do homem e da mulher foram feitos para se ajustarem e tudo que disso passa, entra na área da perversão.
7. "AMBOS ESTAVAM NUS, O HOMEM E SUA MULHER; E NÃO SE ENVERGONHAVAM" (Gn. 2:25). Mais que uma nudez física, há uma necessidade de um despir-se mútuo emocional e espiritual. Em outras palavras, uma transparência. À pessoa só se despe diante daquele em quem confia. O relacionamento matrimonial é o mais íntimo e profundo entre dois seres humanos e exige uma abertura para que ambos cresçam juntos na confiança, no amor e na comunhão. Todas as máscaras devem cair. Um hábito saudável é abrir o coração um ao outro quanto a todas as coisas. Sem nudez não há intimidade. Tanto fraquezas quanto virtudes devem ser compartilhadas e juntos crescerão para a glória de Deus e felicidade mútua.
8. O CASAMENTO É UMA ALIANÇA DE SANGUE - Aliança de sangue é o mais sagrado de todos os contratos, pelo qual duas pessoas se unem e passa a ter todas as coisas em comum, quer bens quer dívidas, em caráter permanente e indissolúvel. A Bíblia se refere ao casamento como uma aliança, pela sublimidade, seriedade e durabilidade do contrato, selado no romper do hímen, na noite de núpcias, tornando-se Deus mesmo testemunha dessa união permanente projetada por Ele para a felicidade do homem e perpetuidade da raça humana. Paulo, falando sobre a seriedade da aliança, declara: "Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta coisa alguma" (Gl. 3:15). Isso significa que quando duas pessoas contraem matrimônio sem uma prévia consulta de Deus, sua aliança está em pleno vigor. Eles sofrerão em conseqüência de uma escolha errada, uma aliança precipitada, mas quebrar essa aliança seria acrescentar maior pecado.
9. VIOLAR A ALIANÇA DO CASAMENTO É PERDER AS BÊNÇÃOS DE DEUS - "Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que Ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão. E perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. Ninguém com um resto de bom senso o faria...Portanto cuidai de vós mesmos e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor Deus de Israel diz que odeia o divórcio..." (Malaquias 2:13 - 15). A palavra serve tanto para o homem quanto para a mulher.
A QUESTÃO DO DIVÓRCIO - Referências: (Mt. 5:31; 19:3 - 9; Mc. 10:2 - 12; Lc. 16:18; I Co. 7:10 - 15).
O ENSINO DE JESUS - "Também foi dito: Aquele que repudiar a sua mulher, Dê-le carta de divórcio. Eu, porém vos digo: Qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que se casar com a repudiada comete adultério" (Mt. 5:31, 32)
1. UMA ÚNICA EXCEÇÃO PARA O DIVÓRCIO: RELAÇÕES SEXUAIS ILÍCITAS - A questão do sexo no casamento é tão séria, que não admite infidelidade ou aberrações. Quando isto acontece, a aliança é quebrada e o responsável por essa quebra se coloca debaixo de maldição. "Relações sexuais ilícitas" é um termo que se refere a qualquer desvio dos padrões bíblicos claramente expostos para a atividade sexual, por exemplo, homossexualismo, lesbianismo, adultério, fornicação, prostituição, aberrações sexuais descritas em Levítico 18.
2. O PLANO DE DEUS É UM ÚNICO HOMEM PARA UMA ÚNICA MULHER (Mt. 19:4, 5).
3. O CASAMENTO FORMA UMA UNIÃO INDISSOLÚVEL (Mt. 19:6) O que Deus ajuntou não deve ser separado pelo homem.
4. O DIVÓRCIO SÓ ACONTECE ONDE HÁ DUREZA DE CORAÇÃO (Mt. 19:8). Atrás de cada casamento quebrado está um coração endurecido contra Deus, depois contra seu cônjuge. Deus intentou um casamento para a vida. Ainda assim há diferenças e dificuldades de ajustamento a serem vencidas. Satanás se aproveita disso e exagera os defeitos e fraquezas do outro e ilude com o pensamento de que haverá felicidade na troca de cônjuges. Mas isso é um puro engano. Jesus pode transformar os corações endurecidos e onde houver corações dependentes e obedientes a Deus, o lar permanecerá de pé.
5. O DIVÓRCIO E NOVO CASAMENTO, A NÃO SER EM CASO DE INFIDELIDADE, LEVA OS ENVOLVIDOS A ESTAREM NA POSIÇÃO DE ADÚLTEROS (Mt. 19:9). Tendo, porém, havido "relações sexuais ilícitas", a parte inocente está livre, sem aliança. Neste caso está livre para fazer uma nova aliança, contanto que seja no Senhor.
O ENSINO DE PAULO - Jesus não abordou todos os aspectos do casamento. Os apóstolos, tendo que lidar com os problemas da área, inspirados pelo Espírito Santo trouxeram à luz outras áreas. Paulo, mesmo quando diz ser ele e não o Senhor quem fala, deve ser seguido, pois ele o faz sob a inspiração direta do Espírito Santo.
1. OS CASADOS CRENTES NÃO DEVEM SE SEPARAR (I Co. 7:10) Evidentemente ele se refere a qualquer motivo fora dos limites estabelecidos por Jesus.
2. CASO HAJA SEPARAÇÃO DE CRENTES, NÃO DEVE HAVER UM NOVO CASAMENTO. (I Co. 7:11). Os dois poderão voltar a se reconciliar, mas não têm permissão de trocar de parceiros.
3. EM CASAMENTOS ONDE UM SE CONVERTE O CRENTE NÃO DEVE SE SEPARAR (I Co. 7:14) O motivo é a santa influência do crente, que poderá resultar na conversão do outro.
4. SE HOUVER SEPARAÇÃO NO CASAMENTO MISTO, A INICIATIVA DEVE PARTIR DO DESCRENTE (I Co. 7:15). Neste caso, porém, Paulo silencia quanto a um novo casamento.
A SITUAÇÃO DOS DESCRENTES QUE SE CONVERTEM. Todo o ensino apresentado por Jesus e Paulo é dirigido aos filhos de Deus, dentro do contexto da Igreja. Acontece que no mundo de hoje, com seus padrões podres e dominados pelos espíritos satânicos, muitas vidas se degradam no pecado até ao mais alto grau. No meio da sua desgraça encontram-se com Cristo. Ele as recebe exatamente como se encontram e as redime. O que fazer com o passado de divórcio, adultérios e tantos males? Deixá-lo na cruz. "Se alguém está em Cristo nova criatura: é..." (I Co. 5:17). "Não há mais condenação para os que estão em Cristo Jesus" (Rm. 8:1). É um recomeço de vida. Aí se aplica a palavra de Paulo: "Cada um fique diante de Deus no estado em que foi chamado" (I Co. 7:24).
Qual a situação? Abandonou o cônjuge por algum motivo e está agora com outro? Qual a situação do primeiro? Não pode haver regra aplicável a todos. Torna-se necessário estudar cada caso e, sobretudo, buscar a direção de Deus para não incorrer em erro maior. Um caminho seguro é nunca tomar uma decisão que não traz perfeita paz. A paz de Cristo é o árbitro em nossos corações. Quanto há uma inquietação no coração quanto a um rumo a ser seguido, o melhor é esperar. A Bíblia não aborda esse tipo de problema. Temos que usar nosso melhor senso cristão, sob a direção do Espírito para não contrariar a Palavra. Damos nossa opinião quanto a algumas situações:
1. Se houver um divórcio no passado e um novo casamento, permaneça como está.
2. Se você é solteiro (a) e está vivendo com alguém casado (a), rompa o relacionamento e deixe a pessoa livre para voltar ao seu cônjuge verdadeiro.
3. Se você está só e seu cônjuge está com outra pessoa, tendo constituído família, não tente reconciliação. Continue só ou busque a direção de Deus quanto a formação de um novo lar.
4. Se você está separado (a) e existe uma possibilidade de reconciliação, aceite a batalha de fé para que isso aconteça, ou fique como está, dando o seu melhor para Deus.
Saiba que Deus pode preencher cada vazio do seu coração e satisfazer todas as suas necessidades. Se você não vê uma restauração do lar, como gostaria, regozije-se no fato de que Deus, não olhando para seus tempos de ignorância, lhe alcançou, lhe aceitou e há de lhe conduzir em triunfo até o dia da vinda do Senhor Jesus, que está às portas. É possível viver-se plenamente feliz fora do casamento, desde que Jesus se torne o supremo bem da sua vida e você se dedique à Sua obra, canalizando o potencial de amor, afeto e dedicação que você tem, para alcançar os necessitados e provar uma comunhão mais profunda com o Senhor. Seja como for, o conselho de Paulo tem muito a nos transmitir: "Estás ligado a mulher, não procures separação. Estás livre de mulher? Não procures casamento..." (I Co. 7:27). Todo o capítulo sete de I Coríntios fala sobre casamento. Leia-o em oração e Deus lhe dará luz quanto ao caminho a ser seguido.
Seja qual tenha sido o seu passado, lembre-se que ele foi levado por Jesus. Perdoe-se pelos fracassos passados, como Deus lhe perdoou em Cristo. Não aceite as acusações dos demônios, nem dos homens, pois Deus lhe recebeu em Sua família. Sua redenção tem base no sacrifício de Cristo em seu lugar na cruz do calvário e é uma oferta de amor, que expressa a graça e misericórdia de Deus. Não depende do que você fez, mas do que Cristo fez por você naquela cruz. Levante seus olhos para o alto, olhando para Jesus, pois "tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que há de ser revelada" (Ro. 8:18) e você se tornou participante dela ao abraçar o Senhor Jesus.
Minha oração é que você experimente o crescimento de fé em fé, de vitória em vitória e de glória em glória.
Nos laços de Jesus,