Cairo, 25/9/11

Por: Ana Paula Valadão.

Queridos irmãos que acompanham nosso ministério,

Hoje pela manhã tivemos nosso primeiro passeio, em um lugar fantástico, as Pirâmides de Gisa. Ali está um parque arqueológico que é a única das sete maravilhas do mundo que sobreviveram até a atualidade.

O mais maravilhoso, porém, não foi contemplar a grandiosidade das pirâmides e demais construções antigas naquele lugar. O que mais impactou nossas vidas foi o culto que celebramos ali. Verdadeiramente contemplamos o Deus eterno.

Naquele lugar não é permitido fazer reuniões assim, mas conseguimos a autorização com o Ministério do Turismo, e nossa caravana, de 204 pessoas, chegou mais cedo, antes do parque abrir, para cultuarmos ao Senhor. Naquele mesmo lugar, onde a poucos meses um brasileiro foi preso e deportado por estar portando folhetos evangelísticos, nós estávamos entrando para fazer nossa reunião. Mesmo sem poder pregar abertamente, cremos no poder das nossas orações e da nossa adoração, erguida ali, abençoando essa nação. Aliás, muitas pessoas, funcionárias do local e guias turísticos, assistiram e se emocionaram todo o tempo em que louvamos e oramos.

Eu mal podia acreditar quando começamos a cantar e engrandecer o nome do nosso Deus. Diante daqueles túmulos, símbolos da riqueza e glória de homens poderosos que passaram, proclamamos o Salmo 90: “Tu és o mesmo, ontem hoje e para sempre! De geração em geração Tu és Deus…sobre o trono eternamente…o nosso refúgio”.

Foi então que nossos corações receberam a poderosa Palavra compartilhada pelo meu pai, nosso “paistor” Márcio. Foi verdadeiramente como o “martelo que esmiúça a penha”. Ele falou sobre José no Egito e como, antes de morrer, esse herói da fé que é citado em Hebreus 11:22, faz seus filhos jurarem que não enterrariam seus ossos no Egito, mas os transportariam para a Terra que Deus havia prometido como herança a Abraão (Gn 50:24-26).

José viu o Êxodo 400 anos antes de acontecer e disse: “Certamente Deus vos visitará e subireis desse lugar e levareis os meus ossos”. Por 400 anos seus ossos como que gritavam essa promessa diante dos filhos de Israel. Em meio às dores do cativeiro, os ossos de José eram a lembrança da promessa: “Certamente Deus vos visitará!”.

Quando Moisés libertou o povo, as riquezas do Egito foram dadas a eles. Mas não foi ouro nem gado que Moisés levou consigo. Em Êxodo 13:19 lemos que o maior tesouro que Moisés levou consigo, foram os ossos de José! Aqueles preciosos ossos que falavam de uma promessa, de um tempo de visitação de Deus, e da Terra prometida! Que preciosos eram aqueles ossos!

Ao ouvir essa mensagem nossos corações foram levados a meditar em nossas próprias histórias e nas palavras que um dia ouvimos de Deus e pelas quais esperamos. Os ossos de José esperaram aproximadamente 450 anos para o cumprimento da profecia. Depois do cativeiro de 400 anos no Egito houve ainda mais 40 anos de peregrinação, e mais alguns anos de conquista da terra de Canaã, até que Josué enterrou aqueles ossos na terra que foi dada aos filhos José por herança. Nós também não podemos desistir ou pensar que Deus se esqueceu, mas precisamos esperar o tempo dEle e confiar que Ele vai fazer tudo o que nos prometeu.

Ao orarmos, a presença de Deus era muito forte entre nós, falando poderosamente em cada coração. Eu mesma fui tão profundamente tocada, e nem imaginava que o Senhor estava reservando esse momento tão especial para mim. De repente, ouvi o Senhor falar comigo, em meu interior, sobre esse tempo que estou vivendo. É um tempo novo em minha vida ministerial, em que se cumprem promessas antigas. Esta é a 1a Caravana de adoração e intercessão que organizo, e o Pai fala sobre isso comigo desde a minha adolescência! Não pude conter as lágrimas, e até agora eu me sinto como que anestesiada, e cheia da glória do Senhor. Deus falou profundamente comigo e me surpreendeu nesta manhã.

Esta foi a nossa primeira reunião… O primeiro dia da caravana… Está só começando…

Sei que não conseguirei escrever sempre, mas esta experiência eu decidi compartilhar com vocês para abençoá-los, mas também, para servir de testemunha destas grandes coisas que o Senhor já fez, e falou, e confirmou neste início de caravana.

Sempre que puderem, lembrem-se de orar por nós. E daqui, do Oriente Médio, estarei, sempre que possível, repartindo um pouco do que o Senhor nos der.